Viva Quixote!

Há já a alguns anos que me aproximo deste espaço, mas quanto mais me aproximo menos o vejo ... É, de facto, quando me mantenho afastado dele que mais me apetece aqui chegar, "convencido" de que, com as minhas palavras, se não vou modificar o mundo, estou a tentar, de facto, não a mostrar o que penso, mas animar o diálogo interior de cada um. E só isso: procurar não passar em claro nada do que p'ra mim/p'ra quem, normalmente, frequenta este banco (o Zé e amigos) se revele eventual contributo para a formação da OPINIÃO, enquanto, naturalmente, somatório de pareceres ouvidos, lidos, congeminados.

"Acho este governo (em Portugal, hoje) igual ao anterior, e o anterior igual ao que o precedeu, e assim por diante - andando para trás." Há, por isso, aqui, uma síntese para que, apesar de ser curta, deixo apenas a primeira parte (está  lá tudo ...): "... as moscas é que mudam"... Quer dizer que só poderia ser quixotismo escrever neste espaço, feito uma espécie de arauto da verdade ...

Não, não é: aqui exercita-se a vontade de comunicar, que, no caso, é mania que ficou dos tempos da Secundária Veiga Beirão, em Lisboa, onde se aprendia a cantar em coro com o saudoso professor Euclides Ribeiro. Sintetizando, cá está: a letra é sempre a mesma, o que aqui pode mudar, na interpretação dos da ruadojardim7, é, quando muito, a intensidade interior posta no dito e redito.

Já se percebeu, por exemplo, que, desde logo, nada, ou quase nada, muda com as mudanças cromáticas que votamos. Isto é, de pouco ou quase nada vale falar em política, por exemplo. É QUE NADA MUDA, a não ser os interpretes. E as moscas ... Leia-se Ramalho Ortigão e pense-se um pouco ... Está lá tudo - igual, ao que já era e, para trás, sempre o mesmo, com pequenos e eventuais abanões. Isto é, a Humanidade, no fundo, poucas vezes terá sido verdadeira e politicamente inovadora. Quer dizer: SEMPRE FALOU MAIS DO QUE PRODUZIU. O Criador deu-lhe a função FALA e o homem, para se sentir gente, FALA. Fala e tenta registar o que diz, embora saiba que só por sorte inova.

Em resumo: não se peça a uma imaginada assembleia de banco de jardim (lugar mais próximo das chamadas bases, que se conhece ...) que diga o que os parlamentos, ditos mais a sério, não conseguem dizer ... Apesar de pagos para isso.O que não é aqui o caso. Aqui, nem os chamados partidos (talvez por não serem inteiros...) conseguem mais do que se vê ... Isto é, POUCO.

Basta! Por hoje, claro. Que o herói Quixote está para lavar e durar. Apesar de tudo, um dia destes vou ensaiar aqui uma pausa ... VEREMOS!... Mas aposto que a ruadojardim7 não vai fazer falta ... Se tiverem dúvidas acerca do dito e do feito, releiam e ... e comparem "os mundos" em presença ... Em toda a parte, em todos os jardins.