sábado, 21 de maio de 2016

QUARTO DE DESPEJO - Diário de uma favelada



Em tempo: o livro de que aqui se têm transcrito curtas passagens ("sem samba e sem literatura") comprei-o no Rio de Janeiro, "desconfiado"
da exuberância carioca à beira-praia. É, portanto, como se deixa ver, o outro lado do CARNAVAL, da festa que o Atlântico oferece como que em jeito de "compensação"...






"23 de Novembro ... Preparei uns ferros para ir vender no deposito de ferro velho. Dei duas viagens. Ganhei 178 cruzeiros. Telefonei para as Folhas para mandar uns reporteres na favela para expulsar uns ciganos que estão acampados aqui. Êles jogam excrementos na rua. As pessoas que reside perto dos ciganos estão queixando que êles falam a noite toda. E não deixam ninguém dormir. Êles são violentos e os favelados tem medo dêles. Mas eu já preveni que comigo a sôpa é mais grossa.

Devido as mocinhas ficar nuas, os vagabundos ficam sentados perto do barracão, observando-as. O diabo é que se alguem agredi-las os ciganos revoltam. Mas a nudez delas excita. Parece que já estou vendo um bate-fundo de cigano com favelado.

Mil vezes os nossos vagabundos do que os ciganos."

Sem comentários :

Enviar um comentário

Seguidores