sábado, 12 de março de 2016

A lã, a neve e a solidão do que ficou ...

Amigos, não poucos, familiares chegados, muitos, ficaram por terras que ajudaram a semear: vou "vê-los". Dentro de dias. Suportado o inevitável da condição humana, aí só me vai restar, uma vez mais, a saudade dos que não voltam. Nada a fazer, a não ser esperar que a Eternidade que, dizem, a todos reúne com laços que se antevêem apertados.

Mas, uma vez mais também,
igualmente notadas, vão ser as fábricas que já não há, o suor que os panos tecidos
levaram consigo, alguns por acabar nos teares que lhes deram vida.

É, finalmente, o reencontro, também com ossos, ossos de fábricas que foram e não voltaram - porque ninguém as reconverteu, mas deixou assim, no caso, cadáveres em pé, já, pelo menos, desde o tempo de um tal cronista Ferreira de Castro, rezam as bibliotecas, com uma sebenta a tomar notas do irreversível *:
* O Tortosendo é, em pleno século XXI, o "cadáver" exposto - nas suas vidraças partidas, nos seus interiores "caixotes de lixo", visíveis por quem passa. A solidão.






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