terça-feira, 17 de novembro de 2015

MACAU: Comunidade macaense debate identidade e futuro


by Ponto Final
1.Comunidade macenseA terceira edição dos Colóquio sobre a Identidade Macaense decorre a 5 e 6 de Dezembro e está focada nas novas gerações. Os organizadores querem saber o que une e aproxima a comunidade.
Marco Carvalho
"O Instituto Politécnico de Macau (IPM) acolhe a 5 e 6 de Dezembro a terceira edição do Colóquio sobre a Identidade Macaense, uma iniciativa que estará este ano centrada na juventude e na transmissão dos valores identitários às novas gerações.
Organizada pela Associação dos Macaenses (ADM), com o apoio da Fundação Macau e do IPM, a iniciativa vai procurar dar resposta a várias interrogações que a direcção do organismo considera serem prementes. Miguel de Senna Fernandes defende que, mais relevante do que procurar perceber quem é ou não macaense, importa garantir que as características e os valores em que se alicerça o sentido de identidade sejam transmitidos à próxima geração de macaenses: “Importa abordar as questões que se colocam relativamente ao futuro. O tema não passa por saber quem é ou não macaense. Isso já deixou de ter sentido. Passa, sim, por compreender o que nos coloca num mesmo barco”, explica o presidente da Associação dos Macaenses.
Para procurar perceber o que une e aproxima a comunidade, o organismo antecipou o tema da terceira edição do Colóquio com o lançamento de um inquérito direccionado aos macaenses de Macau e da diáspora. A iniciativa, que tem recebido alguma projecção, sobretudo nas redes sociais, tem por objectivo determinar a que características a comunidade dá mais valor: “O colóquio está direccionado para os jovens, mas com o inquérito não estávamos a procurar alcançar nenhum escalão etário em particular. Queremos apenas saber o que é mais importante para os macaenses: se a língua, se a gastronomia, se outra coisa qualquer”, adianta Miguel de Senna Fernandes.
A questão da língua constitui, de resto, um dos aspectos sensíveis do debate que a Associação dos Macaenses vai promover a 5 e 6 de Dezembro. O presidente da ADM reconhece que, com o passar dos anos, começaram a erguer-se barreiras linguísticas no seio da comunidade. Miguel de Senna Fernandes sustenta, ainda assim, que tais barreiras não devem constituir um impeditivo ao fomento da comunicação entre os macaenses: “É importante que as pessoas olhem para a comunidade sem complexos linguísticos”, alerta o dirigente. “Neste Colóquio, pela primeira vez, o inglês será uma língua de trabalho”, adianta Senna Fernandes.
Das seis intervenções previstas para os dois dias da iniciativa, três serão conduzidas em português e outras três serão proferidas em língua inglesa. Apesar do idioma de Shakespeare constituir um instrumento de trabalho, não está prevista a presença de representantes da diáspora na iniciativa, ainda que Miguel de Senna Fernandes se mostre convicto que o debate agendado para o Instituto Politécnico de Macau venha a ter repercussões não apenas junto da comunidade macaense radicada na RAEM, mas também junto da que se encontra espalhada por todo o mundo. Para além de divulgar o inquérito na Internet, a Associação dos Macaenses também fez chegar a iniciativa às Casas de Macau espalhadas pela diáspora, obtendo até ao momento cerca de três centenas de respostas."

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