segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Poema sem rima de homenagem a Palmira Bastos











Se não fosse o ar que, apesar de tudo, vou respirando;
se não tivesse trabalhado o que trabalhei;
se não tivesse um tecto em que me abrigo;
se não me tivesse alimentado de forma em conformidade com o corpo que tenho;
se ninguém me tivessem tratado quando adoeci;
se ninguém gostasse de mim;
se não tivesse tentado ouvir e ler o mundo,

mas tivesse dito a tudo que sim,

ESTAVA MORTO HÁ MUITO TEMPO.

Portanto, EXISTO e se existo é para dizer NÃO, nem que tenha que ser em segredo, como nas votações para os parlamentos a que se me impõe que vote, mesmo que não vote, por ser uma forma de dizer SIM, até que os oceanos levem as cinzas do que restar. Porque, afortunado, mesmo morto, nos que ficarem, estarei a dizer SIM. Sim ao AMOR, sim à AMIZADE, sim à paz que me deixaram ter - fora das humanas intrigas, das humanas mentiras, dos, difíceis de suportar, falsos sorrisos, fora de uma Humanidade movida, em boa parte, por interesses estranhos, quiçá, desumanos, cruéis, maldosos, filhos da puta. Longe (agora) de directores/administradores que nunca o conseguiram ser, longe dos amigos de ocasião. Eventualmente, SÓ, mas disposto a "MORRER DE PÉ COMO AS ÁRVORES". 

De preferência, à procura, não sei onde, de uma Palmira Bastos, da minha saudade VIVA. Em tempos conturbados, desempregados, falsos - mas, ainda e sempre, iguais no azul que os envolve. Ou verde, como apregoam que é a ESPERANÇA.

Creio! Sem ajoelhar.

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