domingo, 19 de julho de 2015

MACAU: Ana Ventura Miranda - missionária da cultura contemporânea portuguesa


by Ponto Final
Nasceu em Portugal mas tem o coração em Nova Iorque, cidade para onde se mudou em 2006. A actriz e realizadora é hoje presidente do projecto “Arte Institute”. A iniciativa nasceu consigo e resiste à passagem do tempo graças a muita “persistência e coragem”.
anaventuramiranda4featCatarina Mesquita
Ana Ventura Miranda mudou-se para Nova Iorque em 2006 para realizar um curso de cinema de três meses. “Se me dissessem que iria ficar até hoje não acreditava” confessa, abismada pela passagem do tempo, mas sobretudo pela vontade que tem de continuar a descobrir os encantos e as potencialidades da “Big Apple”.
Um dia surgiu-lhe uma ideia que muitos disseram ser “megalómana e impossível de concretizar”. Na sua cabeça nascia o “Arte Institute” (AI), um projecto que em pouco mais de quatro anos já promoveu mais de meio milhar de artistas portugueses contemporâneos numa montra de sonho chamada Nova Iorque.
“O Arte Institute tem como missão promover a cultura contemporânea portuguesa nos Estados Unidos. Desde o início que percebemos que também havia outros países em que se fazia necessária uma renovação da marca Portugal, mais actualizada mais moderna e aí fomos nós”, conta Ana Ventura.
A realizadora, com uma equipa de três pessoas, lançaram-se à estrada e fizeram-se aos quatro cantos do mundo para tentar mostrar que Portugal é “mais do que fado e rancho. É mais do que uma parte de Espanha ou do Brasil, países com os quais muitas vezes é confundido”, conta.
Pela primeira vez em Macau, Ana Ventura Miranda traz ao território uma das iniciativas mais versáteis do Arte Institute, o NY Portuguese Short Film Festival.
Com o apoio da Fundação Oriente, o festival de curtas-metragens portuguesas é exibido hoje na Casa Garden, dando a conhecer 10 produções de jovens artistas portugueses vencedoras de um concurso promovido pela instituição: “Tentamos, nas comunidades que são mais ligadas a Portugal, que se abra um novo olhar sobre o cinema feito em português. Existe uma ideia desactualizada do cinema de Portugal”, sublinha a responsável pelo evento.
Apesar de a concorrência ser maior em Nova Iorque, pelo número de eventos e de certames que acontecem, Ana Ventura sente que, para quem quer voar, as asas nunca lhes são cortadas na mais cosmopolita das cidades norte-americanas: “Há sempre forma de fazer o que quer que seja”, esclarece.
E é isso que motiva Ana Ventura: “É preciso ser persistente e ter coragem e não partir para as coisas, achando que não se vai conseguir. Se o projecto tiver pés e cabeça será aprovado de certeza”, afirma.
Seja no cinema, na pintura, na música, o Arte Institute está aberto a todos os artistas portugueses nos quatro cantos do mundo. “Os artistas portugueses em Macau, por exemplo, que queiram mostrar coisas em Nova Iorque nós temos toda a vontade em divulgar”, garante.
O trabalho de divulgação da organização chega agora a Macau. Para conhecer um pouco mais sobre a arte contemporânea que se produz em Portugal basta que se sente nas cadeiras do auditório da Casa Garden, hoje, pelas 19 horas, e amanhã pelas 17 horas e disfrute de 10 curtas-metragens feitas por sangue-novo português.
No final da sessão de sábado poderá ainda conhecer mais em detalhe o trabalho feito pelo “Arte Institute”. Ana Ventura fará uma pequena apresentação do projecto que levou em quatro anos o nome de Portugal e da arte contemporânea portuguesa a todos os continentes.
Sob o calor de Macau, Ana Ventura deixa ainda um conselho: “Antes de qualquer promoção são os 10 milhões de pessoas que estão dentro de Portugal que precisam de saber o valor que têm”

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