quinta-feira, 4 de junho de 2015

Macau: E "depois?..." Casinos comunistas?... *

* a responsabilidade do título é de quem, aqui, transcreve, na integra, o texto recebido de Macau.           HOJE.




 



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Ponto Final
Sonny Lo deixa um apelo aos governantes de Macau. O académico exorta o Governo a prestar atenção à governação de Pequim e a encontrar efectivamente fórmulas que possam garantir o propósito da diversificação económica.
Catarina Mesquita
"O discurso foi crítico e incisivo. Sonny Lo, director do Departamento de Ciências Sociais do Instituto de Educação de Hong Kong, defendeu ontem que Macau não está preparado para assimilar algumas das medidas decretadas por Pequim. O académico considera ainda que a RAEM subvaloriza os apelos à diversificação económica feitos pelo Governo Central.
Lo esteve em Macau a convite do Instituto Ricci para encabeçar a palestra “A sociedade, economia e política do capitalismo dos casinos de Macau: crise ou oportunidades?”. O académico sublinhou que as medidas de “efectiva diversificação da economia tardam a aparecer” e lembrou que o que está em causa é o desenvolvimento de sectores horizontalmente relacionados com o jogo”.
Já no que toca às operadoras de jogo de Macau, Sonny Lo sustenta que têm de estar preparadas para um controlo mais apertado por parte de Pequim: “A forma de fazer política na China baseia-se numa princípio: relaxar para depois pressionar. E é isso que vai acontecer. Estamos actualmente numa fase de relaxamento, mas a pressão vai surgir”, defendey Sonny Lo, sugerindo que os casinos se adaptem aos novos desafios que têm pela frente e que, em parte, foram despoletados pela campanha anticorrupão desencadeada pelas autoridades chinesas.
O académico que se diz crítico, mas não necessariamente destrutivo – “avanço sempre com sugestões para os problemas que apresento” – defende que a dinâmica do capitalismo dos casinos não é tão positiva como os analistas de jogo a apresentam.
Porém, Sonny Lo partilha da opinião dos analistas de que a queda das receitas do jogo seria “expectável”. O académico justifica a contracção com a atenção redobrada de Pequim para com a segurança económica do país: “O Governo Central quer evitar o possível branqueamento de capitais através dos casinos de Macau”, esclarece.
Ainda sobre a diversificação da economia da região, Sonny Lo defende que “os assuntos não são devidamente discutidos e a população informada” recordando o acordo recém-celebrado entre o Governo Central e o Executivo local para a criação de uma comissão conjunta de trabalhos que ajude a impulsionar a transformação de Macau num Centro Mundial de Turismo e Lazer: “Alguém ouviu falar disto antes cá? Foi visto alguém do Governo Central falar disto antes de se celebrar o acordo?”
Durante a sessão, Sonny Lo teceu críticas também à forma de governação e formulação do sistema legislativo da RAEM: “Macau nunca, desde a governação portuguesa, conseguiu ter a capacidade de olhar a longo-prazo e de se antecipar às crises”, afirmou o académico.
A terminar a sessão, o professor e investigador de Hong Kong lembrou que os casinos trazem “doces” à população referindo-se aos cheques pecuniários oferecidos pelo Governo. Lo sustenta que a política de comparticipação pecuniária só existe por que os casinos existem e os casinos são “uma máquina capitalista num país histórica e politicamente socialista”.

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