quarta-feira, 20 de maio de 2015

Macau: Hengpin, um trampolim para os produtos lusófonos

by Ponto Final
"As potencialidades da nova Zona de Comércio Livre de Cantão foram ontem discutidas na Universidade de Macau. O projecto afirma-se como revolucionários em termos de políticas de integração económica. Até os produtos lusófonos poderão ficar a ganhar.
O reforço da cooperação deu o mote e a Universidade de Macau o ensejo. Doze académicos do Continente e do território estiveram ontem reunidos para discutir estratégias de desenvolvimento e de integração conjuntas tendo em vista o investimento nas três áreas especiais da nova Zona de Comércio Livre da vizinha província de Cantão.

Desde que o projecto da área piloto de Hengqin foi oficialmente estabelecido, a 23 de Abril, as autoridades de Guangdong já receberam um total de 8619 candidaturas de empresas interessadas em investir na parte da Ilha da Montanha que integra a Zona de Comércio Livre de Cantão. Das mais de oito mil candidaturas, 424 foram formuladas por empresas e entidades de Macau e 151 por empresas da vizinha Região Administrativa de Hong Kong.
Ye Zhen, vice-director da Comissão Administrativa da Nova Zona de Hengqin, foi um dos oradores do simpósio ontem dinamizado pela Universidade de Macau. O responsável diz que no espaço de menos de um mês as autoridades de Cantão já promoveram um total de 103 iniciativas com o objectivo de promover as potencialidades da Zona de Livre Comércio. Entre as mais relevantes estão a apresentação dos procedimentos de solicitação de licenças comerciais por via electrónica e a dinamização de um programa de reforma administrativa que deverá permitir a desburocratização do processo de investimento.
Luz verde para o desenvolvimento
Ye Zhen passou em revista as vantagens e as potencialidades da área piloto da Ilha da Montanha no âmbito da Zona de Comércio Livre de Cantão. O responsável está convicto de que factores como a localização regional, as políticas de investimento e o ambiente de negócios que as autoridades chinesas querem fomentar em Hengqin deverão garantir o sucesso da iniciativa. Ye lembra que, em termos de política fiscal, a Zona de Comércio Livre está dividida em cinco aéreas, com diferentes níveis de abrangência. As autoridades de Guangdong estão apostadas em transformar a Ilha da Montanha também num polo de desenvolvimento financeiro e ontem revelaram que já existem 860 empresas do sector interessadas em investir na nova Zona de Comércio Livre.
Yen Zhe está ainda convicto de que a área piloto de Hengqin pode complementar os esforços envidados por Macau no sentido de fazer do território uma plataforma para os países lusófonos. O papel da Ilha da Montanha, revela, pode passar por ajudar a promover os produtos dos países de língua oficial portuguesa no seio do maior mercado do planeta: “Importamos quase três mil produtos diferentes, seja de Macau, seja dos países lusófonos. Este processo foi conduzido em cooperação com empresas de Macau e está a correr muito bem. É bom verem as empresas de Macau a assumirem a iniciativa de fomentarem um maior volume de trocas comerciais”, confessa.
Ye Zhen alongou-se ainda sobre o programa de apoio a jovens empreendedores e revelou que entre os candidatos aos incentivos oferecidos já estão duas dezenas de empresas de Macau. O “Vale dos Jovens Empreendedores”, diz, já está construído, mas só no final de Junho deverá ser finalizado.
O vice-director do instituto de investigação da Fundação Macau, Yang Dao Kuang, recorreu a uma metáfora curiosa para descrever a impulsividade da área piloto da ilha da Montanha: “Sob a influência de um algaraviz poderoso, até os porcos voam. Hengqin não é de todo um porco. É uma majestosa águia que começa a espalhar as asas e promete um futuro radiante”, defende
Com uma das maiores taxas de densidade populacional do mundo, Macau recebe anualmente mais de trinta milhões de visitantes. Yang Dao Kuang está convicto que as regiões vizinham podem ficar a ganhar com o fortalecimento turístico do território e exemplifica com o sucesso alcançado pelo resort aberto pelo grupo Chimelong na ilha da Montanha. Desde que abriu, há um ano, o parque oceânico de Hengqin já recebeu mais de onze milhões de turistas. O potencial combinado das duas regiões, sustenta o académico, poderá ser superior a 50 milhões de turistas por ano.
Yang Dao Kuang avança mesmo com uma ideia: “Se Macau puder cooperar com Hengqin na criação de uma zona turística unificada, a RAEM dá um passo de gigante rumo ao objectivo a que se propôs, de se tornar um centro turístico de referência à escala global”. O académico acredita que a oferta turística de Hengqin pode complementar os trunfo do território no que à atracção de visitantes diz respeito."

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