sábado, 14 de fevereiro de 2015

Judite SILVA PEREIRA, aqui, sem saber onde está ...

Silva Pereira (1912-1992)


"Nascido em Celorico da Beira a 5 de Março de 1912, Silva Pereira, violinista, violetista e chefe de orquestra, realizou os seus estudos musicais no Conservatório Nacional, instituição onde estudou violino com Cunha e Silva, harmonia com José Henriques dos Santos, contraponto e fuga com António Eduardo da Costa Ferreira e ciências musicais com Luís de Freitas Branco.

Após terminados os estudos em Portugal, Silva Pereira parte para Paris, cidade onde prossegue os estudos de violino com Jacques Thibaud e Georges Enesco, findo os quais inicia uma brilhante carreira internacional de concertista que o leva a actuar em diversos palcos da Europa, África e Extremo Oriente.

Em 1942 e já em Portugal, Silva Pereira funda, conjuntamente com Fernando Lopes-Graça, Maria da Graça Amado da Cunha, Francine Benoit e Macário Santiago Kastner, a Sociedade de Concertos “Sonata”, estrutura que tem como objectivo a divulgação da música do século XX e em cujos concertos actua com frequência. Nesta qualidade, dá a conhecer ao público português em primeira audição, inúmeras obras modernas, de entre as quais se destacam, o Concerto de Szymanowsky, o Capricho de Petrassi e as Sonatas de Béla Bartok, Poulenc e Santoro.

Como instrumentista Silva Pereira foi ainda concertino da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional e violetista da Academia de Instrumentista de Câmara.

Data de 1944 a sua primeira apresentação pública como maestro, num concerto realizado no Coliseu de Lisboa, onde dirige com grande sucesso a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional.

Após esta apresentação, Silva Pereira parte para o estrangeiro onde vai, nos anos seguintes, aperfeiçoar-se em direcção de orquestra. Em Itália trabalha com Carlo Zecchi na Accademia Chigiana de Siena e na Áustria com Hans Swarowsky na Statsakademie de Viena, instituição onde recebe em 1957, o diploma de Kappelmeister, conjuntamente com Zubin Mehta e Claudio Abbado.

De regresso a Portugal, dirige nesse ano de 57, as Orquestras Sinfónicas da Emissora Nacional, Porto e Lisboa, partindo em seguida para uma grande digressão a África.

A partir desta altura inicia uma brilhante carreira internacional de chefe de orquestra dirigindo as mais célebres orquestras da Europa, Estados Unidos, Japão, ex-União Soviética, África do Sul e Tailândia, entre outras.

Após os estudos de direcção de orquestra realizados no estrangeiro, Silva Pereira é nomeado maestro titular da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional / Porto, cargo que ocupa entre 1957 e 1974, ano em que é nomeado maestro titular da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional / Lisboa, posteriormente Orquestra Sinfónica da RDP. Silva Pereira manteve-se nestas últimas funções até 1989, ano em que a Orquestra da RDP foi extinta. Entre 1975 e 1980, exerceu ainda funções de director musical do Teatro Nacional de S. Carlos.

Como distinção pelo trabalho desenvolvido em torno da direcção de orquestra, em 1975, foi-lhe atribuído o título de “Maestro do Ano” na Roménia.

Para além das suas actividades como instrumentista e chefe de orquestra, Silva Pereira foi também Director do Conservatório de Música do Porto entre 1964 e 1966, Presidente da Comissão Nacional para a Unesco de 1964 a 1974 e Presidente do “Prémio Jovens Músicos” desde a sua criação, em 1987, até 1992, ano em que ocorreu a sua morte.

Artista reconhecido internacionalmente, Silva Pereira fez parte de júris de diversos Concursos Internacionais, tendo sido ainda um dos 8 membros Honorários Internacionais da American Lizst Society.

António Ferreira (pianista e musicólogo)"


A breve biografia do maestro Silva Pereira, para lhe prestar homenagem, sem dúvida, mas, há que dizê-lo, para lembrar a filha, Maria Judith Mathias da Silva Pereira, minha ex-colaboradora dedicada que deixei de ver nos anos setenta do século passado, numa altura em que me disse ir para "terras africanas" e me deixou um livro de poemas de sua autoria que a saudade hoje aqui leva a transcrever (de 1969) o que me parece o eco de um grito:
in AMÁLGAMA (1969), sob pseudónimo de Maria Marck


























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