terça-feira, 27 de janeiro de 2015

MACAU: "Palavras Cansadas da Gramática"

Não é excessivo re citar Macau, não é excessivo recitar Macau. Daí a proposta para que, onde quer que "isto" seja lido, se tenha em conta que há, de facto, palavras cansadas da gramática. 

PONTO FINAL, com a vossa licença, presente na sugestão a partir de um simples bancodejardim com o número 7. Aqui mesmo.

Espero ler a obra - embora a gramática me canse e, no banco, haja sempre muitas palavras p´ra dizer ... 

(quase a propósito: a jovem que anda a fazer a impressão do aqui escrito, está cansadíssima. Tanto ou mais do que eu, que escrevi e me deu na "maluqueira" de querer, juntos, em papel, imagine-se, para cima dos 6000 posts publicados até 31 de Dezembro findo)... 

Mas, como diria Bocage: "Há-de sair".Embora não saiba para quê ... A não ser para me manter fiel ao cheiro das letras impressas em papel de jornal, ou parecido ...Como vai  ser o caso - de um cansado da vista com luzes a "olharem-me" ...no computador.Tão gramaticalmente correctas quanto possível.










by PONTO FINAL
Catarina Mesquita
Sob o pseudónimo Yao Feng, Yao Jingming vai lançar a sua mais recente obra “Palavras Cansadas da Gramática” esta quinta-feira, em Lisboa.
Yao Feng – o nome que traduzido à letra significa “vento de longe” – é o pseudónimo do poeta Yao Jingming que agora lança o livro “Palavras Cansadas da Gramática”.
A obra escrita em português pelo também académico, residente em Macau, será apresentada esta quinta-feira em Lisboa pela editora Gradiva.
“Trata-se de uma antologia poética com poemas antigos e alguns mais recentes. É um livro que reúne poemas e fotografias, duas formas diferentes de olhar o mundo e de revelar o que sinto, mas que se complementam”, explica Yao Feng ao PONTO FINAL.
Nas páginas do livro lêem-se pequenos poemas como “no corpo habitável pelo meu/ cabe a dimensão da alma” acompanhada de uma fotografia sem legenda. “Não quis colocar o título nas fotografias porque gostava que elas falassem por si”, explica o autor sublinhando que “nenhuma das imagens foi tiradas para ilustrar um poema em específico ou foi o ponto de partida para um poema”.
O escritor e crítico literário Fernando Pinto do Amaral será o responsável pela apresentação do livro e escreve no prefácio da obra que “a poesia não tem fronteiras”.
“Ela vive e respira sempre que um leitor se aproxima de um texto e o torna seu, passando a conhecê-lo como se conhecesse uma pessoa”, assinala. Yao Feng ri quando lhe são lidas estas palavras, identificando-se.
“Quando faço poesia prefiro que me toque em primeiro lugar. Fazer poesia é uma forma de comunicar comigo e com o meu mundo sentimental. Mas como não quero que fique tudo no meu ‘mundo pequenino’ - isso faria com que a poesia, também ela, ficasse pequena - é preciso que ela saia cá para fora e chegue a outros para se tornar grande”, conta.
DIMENSÃO DA POESIA
O lançamento do livro será precedido da palestra “Entre o imaginário e a realidade, um olhar sobre a literatura chinesa e macaense da actualidade” onde Yao Feng espera “aproveitar a ocasião para falar da literatura chinesa, visto que em Portugal pouco se sabe sobre a China e também porque há poucos escritores portugueses traduzidos para chinês”.
Tendo traduzido autores como Fernando Pessoa, Miguel Torga e outros poetas portugueses de renome, Yao Feng considera que os escritores portugueses estão a ganhar cada vez mais interesse na China Continental.
“Macau sempre desempenhou um papel de plataforma de troca não só comercial, mas também cultural. Nos anos 80, quando foi criado o Instituto Cultural de Macau, traduziram-se alguns escritores portugueses para chinês, mas continuam a haver muitas limitações na passagem desses escritos para o outro lado da fronteira”, conta. “No entanto, vários escritores já começam a ser traduzidos no Continente. Recentemente foram comprados os direitos de autor de José Saramago e, no ano passado, foi lançada a terceira edição do ‘Livro do Desassossego’ de Fernando Pessoa o que revela um interesse crescente pela literatura portuguesa e lusófona”. Paulo Coelho teve igualmente muito sucesso na China, lembra.
Porém, ainda existe uma linha que separa os leitores, defende Yao Feng. “As pessoas que lêem Saramago [na China] são as que já têm um conhecimento acumulado, uma cultura literária. Os autores chineses ficam fascinados com obras como ‘Memorial do Convento’ pelo rigor e precisão com que a história é construída, mas não é qualquer pessoa que tem a capacidade de entrar na cabeça de Saramago”.
Em contraposição a escritores de renome, Yao Feng relembra a história da camponesa Yu Xiuhua que se transformou num fenómeno recente da poesia chinesa contemporânea. “A poetisa escreve sobre temas como a amargura da vida e a aspiração ao amor verdadeiro. A poesia é muito sincera e tem um discurso fácil que faz com que chegue aos que estão habituados a ler e também aos que não estão”.
A poesia tem um “papel de compensação e um efeito mágico” na vida de Yao Feng. “Ajuda-me a viver melhor, não a nível material porque ninguém consegue sobrevive só de poesia, mas ajuda-me a tornar o mundo melhor e a descobrir mais beleza nele”, confessa.
Defensor de que o ensino dever ter um papel “sensibilizador de que a palavra pode trazer outros mundos”, Yao promete continuar a “ajudar a olhar para o mundo de uma forma mais poética”.

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