sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A gravata enquanto factor visivel de liberdade na Grécia


Esta mensagem é a cópia do texto que publiquei AQUI há uns dois anos (ler, a negro, texto a seguir a este, no mesmo "post"), mas que agora me atrevo a trazê-la de novo para este espaço com o propósito de sugerir uma eventualmente contemporânea solução aos políticos gregos que, pelos modos, insistem em não usar gravata, seja qual for o contexto em que se encontrem. Ora como a vida é feita de compromissos, o alvitre que fica - e sempre resultou, garanto - tem a ver com uma terceira via para o problema do sim ou não a esse pedaço de "protocolo" ao pescoço, acrescentando à gravata de cor ambígua da fotografia (entre o preto e o roxo) o seu, puro e simples, não uso em situações de rotina interna - e durante, claro, comícios dos camaradas de idêntica zona de objectivos políticos. Mas leia-se o que oportunamente escrevi a propósito de uma gravata que, cá em casa, mesmo fora do activo, faço questão de manter como foi usada - enquanto símbolo da não "sujeição" à ditadura de, vendo bem, um simples trapo ... Digo eu que não sou de soluções extremas.

Ia jurar que os ex-companheiros de trabalho que lêem estas mensagens nunca repararam neste meu, diria, grito de liberdade ...Sem ondas, claro. A verdade é que ainda mantenho esse, diria, documento onde a fotografia acima mostra. Porque lhe acho graça ...






"Enquanto não pôde ser de outra maneira,  gravata foi adorno protocolar, quer dizer, auxiliar de ganha-pão.

Depois, dono homem-feito, gravata, pouco a pouco, passou a significar sujeição, impecilho, caça-nódoas...

Subalternizei-a: meti-a na gaveta da secretária e só saiu a arejar em dias de condolências ou de "cocktails". Por isso é que não é preta, mas, ao longe, disfarça a cor - a dar para recepções e outros acontecimentos mundanos...

Depois, depois, saida do pescoço, gaveta com ela, à espera de nova oportunidade de se mostrar, quase negra, escura como, em qualquer caso, mandava o protocolo.

Hoje está atrás de uma porta, rodeada de livros que falam de liberdade. Vejo-a sempre que me retiro para estas conversas... E sinto-a uma espécie de colar, na cerimónia que é estar convosco."

Sem comentários :

Enviar um comentário

Seguidores