sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Regresso ao progresso











A televisão, à força de querer comunicar, tem acabado com a pureza do diálogo. A verdade é que saber-se, como se sabia, como é que vai a azeitona e como é que cresce o milho, já não se sabe como antigamente... Antigamente, a gente sentava-se no adro da igreja e dava-se conta de tudo, sem gastar as vistas. Bebia-se a pinga da tasca que estava próxima da boca e discursava-se para quem quisesse ouvir um discurso puro, logo ali debatido, acerca de quintas e quintais. Hoje não. Hoje lá aparece, de vez em quando, um que fala de sementeiras e do tempo que faz ... Mas logo vem a televisão que, se em alguma coisa se consome, para além da política e do futebol, é nas desgraças que o mundo parece cultivar ... A verdade é que, de facto, já não há quem, por exemplo, fale de couves. É certo que se ganhou o futebol e a desgraça em primeira mão, mas não há, já não há, quem nos fale do rural, onde Nada se Perde e Tudo se Transforma. Urge, pois, trazer os quintais para o discurso público. No CONTINENTE, sem dúvida, nas ilhas, mas também no adro dos velhos debates sem agenda.

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