sábado, 22 de fevereiro de 2014

Sophia de Mello Breyner Andersen

Aqui deposta, enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem,
No interior das coisas canto nua.

Aqui livre sou eu - eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos
Aqui sou eu em tudo quanto amei.

Não p´lo meu ser que só atravessei,
Não pelo meu rumor que só perdi,
Não p´los incertos actos que vivi,

Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.

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