domingo, 24 de novembro de 2013

V. Exa. manda ...





















Tinham pensado numa certa de necessidade de concretizar um projecto. Tinham dinheiro. Havia quem financiasse, mas não sabiam como começar - e não parar a meio. As forças políticas, eventualmente, do lado da concretização do projecto, davam sinais de querer "a coisa", mas fazê-la tá quieto ... Até que apareceu quem, sem tibiezas,  se disponibilizou para concretizar o desejado na cabeça de vários.

Disseram-lhe que sim, que avançasse. Avançou. Fez uma maqueta, que, discutida embora, acabou por ser aprovada e até saudada quando toda a gente a viu na cerimónia pública de apresentação. Estiveram presentes muitos dos "sins" e não se deu pela existência de nenhum não. Aos brindes, brindaram todos. Lembra-se até a significativa presença do escultor Martins Correia. Saiu em formato A4 e com o número de páginas que o dinheiro autorizou.

Depois, com textos escritos por uns e outros, durante anos, foi saíndo - trimestralmente, como pedido. Não lhe faltaram colaborações - literárias e técnicas (tratava-se de uma publicação técnico-pedagógica). Mas concretizava-a a habitual carolice ... Ainda se assistiram, como era natural, a episódios laterais pouco compreensíveis, mas a coisa não parou: formato A4 ao alto.

Até que, graficamente, se começou a esboçar uma espécie de fadiga (?) a pôr em causa o trabalho dedicado de quem se entregava, de três em três meses, com entusiasmo e arte, à "arrumação" dos textos, dos desenhos, das fotografias. Transformou-se-lhe a paginação. Nada! A insatisfação (dir-se-ia mais política do que outra coisa) continuava. Continuou até ao dia em que alguém propôs que o formato A4 em vez de impresso ao alto, passasse a ser ao baixo. Isto é, de vertical para horizontal - como nos cadernos de tendências de moda, ouviu-se.

"Boa!" - disse-se.

E a coisa foi mudada. Com aplauso geral. Ficaria assim: A4 horizontal.

Só que a ignorância faz quase sempre a diferença e em breve, o que era periódico e, portanto, obrigado a formato duradouro, passou a ser indesejado ... "Queremos que seja impresso ao alto!..."- disseram os do ok meses antes a propósito do formato horizontal. E assim se fez. Resultado: foi complicado arrumar o passado com o presente que depois quis ser novamente passado ...

Porquê esta história? - perguntar-se-á. Porque sim ... Porque somos assim ... E talvez escrevendo-o ... haja quem leia ...

Tudo como na porca da política e... e na cantiga: "... quando tudo estava em paz e já ninguém se lembrava aparece no pátio um rapaz a vender castanha assada ... Eu não sei lá o que ele fez, mas fui tudo pelo ar e, catrapuz, outra vez, desatou tudo a berrar ..."

E assim se vive hoje - em Portugal e em ... e em ... e em ... em todo o lado onde há gente ... Que não sabe o que quer. Sobretudo quando há quem pague.


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