terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Gazeta a preto e branco: África do Sul ( XXIII )




















"18 de Dezembro de 1984

Homens e crianças

Numa terra onde a imprensa portuguesa raras vezes aparece, não é fácil, a desconhecidos, vencer reservas nas abordagens pessoais às gentes da ilha da Madeira, tanto mais que "são criaturas abertas, mas apenas quando se consegue estabelecer com elas uma corrente de confiança", disseram-nos.

Com efeito, salvo um caso em que nos julgaram do fisco, tudo se tem conseguido, sem facilidades, mas também sem problemas relevantes.


Aproxima-se, no entanto, do final esta já, apesar de tudo, longa gazeta. Contudo, no momento em que cá as pessoas começam todas a ir férias, ainda vamos tentar conseguir hoje "dançar" o "bailinho" ... Que tal agora uma ou duas perguntas a um madeirense que é o principal importador de cortiça de Portugal para a África do Sul?


Muito seriamente, foi assim:

- Na sua opinião, que deveria ser feito, a nível oficial e privado, para melhorar as trocas comerciais entre Portugal e a África do Sul? E, neste contexto, que papel podem desempenhar as câmaras de comércio e indústria luso-sul-africanas?

- Verifica-se que, ultimamente, com a vinda da nova equipa da área da representação oficial portuguesa para as questões comerciais, a eficácia e a rapidez melhoraram de modo significativo. Contudo, é necessário que os nossos empresários tomem consciência da dimensão e nível de exigências dos mercados internacionais para pretenderem exportar, não esquecendo as características próprias de cada um. Acresce que, do meu ponto de vista, a entrada de Portugal para a C.E.E., passado um período de graves perturbações, acabará por ser benéfica, "destrinçando os homens das crianças". É evidente, que o que disse se aplica ao mercado da África do Sul, que, como se sabe, também é exigente quanto ao cumprimento de prazos, qualidade, preços. Lembro que este país importa de todo o mundo, sendo, por isso, extremamente competitivo.

Quanto às câmaras de comércio e indústria, penso que a sua acção deveria ser previamente estudada, face às realidades do país e do mercado em que pretende penetrar. Não é, por isso, a meu ver, uma questão de quantidade de empresários a deslocar, mas um problema de planificação, de modo a diversificar as actividades a contactar e a evitar que uma mesma empresa receba aqui mais do que um interessado no mesmo tipo de negócio."

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