quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Colecção Berardo em Portugal até quando?

A gente anda por ali, vê, gosta (não gosta), mas até se esquece que, no fundo, atrás das obras apresentadas, há um "negócio" tremendo, infernal, entre ARTE e CAPITAL ... Entre o Belo, o esteticamente impressionante, e a Tesouraria. Entre banqueiros e artistas plásticos. Entre "artistas de plástico" e artistas plásticos ...

Há hipotecas, há dólares, há euros onde terá começado por haver, quase de certeza, energia criadora, eventualmente, apenas energia criadora. E percebe-se, "definitivamente", que os avalistas somos nós, público visitante, não pelas apreciações que fazemos, mas pela quantidade que representamos. Cada pessoa que entra, eventualmente, sem pagar, acaba por ser parcela de uma eventual operação financeira que ultrapassa tudo ... Não paga, mas, de certo modo, VOTA, vota no milionário que está num gabinete a contar as entradas para a seguir tentar vender o que, esteticamente, foi mais apreciado. 

Isto é, uma Galeria de Arte pode ser propriedade de um fulano com dinheiro - o que, analisado pela educação estética recebida, pode constituir uma afronta ... Mas é assim. No fundo, há exposições que, manobradas por gestores financeiros, acabam por representar a mais crua e verdadeira exploração do homem pelo homem, como diriam certos políticos da mundial Praça.

Postas neste pé as coisas, pode concluir-se enfim, que, por exemplo, o Párternon de Atenas é, de facto, um poderoso Banco e que, por exemplo, os Jerónimos, com ou sem a Torre de Belém, são a eventual lusa salvação quando a administração pública, aflita, vá parar às mãos de quem negoceia à volta de um qualquer Centro Cultural, por exemplo.

Ramalho Ortigão, socorro! Diz ao Eça e aparece.



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