terça-feira, 27 de novembro de 2012

Crónica do Orçamento 13

Um blogue não é o resultado de uma ligação directa a uma agência de notícias, nem a via mais adequada para subscrever "grandes teorias" acerca do que quer que seja, como não é espaço para "trazer a público" em primeira mão, ou não, qualquer invento humano de previsível interesse universal. Um blogue, na minha opinião e na dos utentes dos bancos seus vizinhos, pode ser, isso sim, um espaço de desabafo, de queixa ou alegria (eventualmente provocatório), sem necessidade de cunhas e amigos na televisão para se fazer passar. É, assim, talvez, o maior espaço de liberdade escrita que se conhece - embora, embora sujeito à "capacidade de escrita e técnica" do respectivo subscritor, como é óbvio. Mas, suavemente, pé-ante-pé ... Em qualquer caso, sempre melhor do que escrever em jornais partidários ou nas paredes. Embora com menos aparato, claro. É evidente que uma reclamação, um grito ilustrado, num muro público bem situado, tem "leitores", pode até ser mais grito do que uma pacata mensagem num qualquer blogue, mas, pelo menos aparentemente, suja mais do que o que aqui se possa escrever. 

Por exemplo, a mim, que faço parte do grupo dos reformados da chamada classe média/baixa (?) e que acabo de ver na televisão, em directo, a aprovação do Orçamento de Estado para 2013, o que me apetece é repetir Cambronne (e repito-o: MERDA!), mas percebo que já igual capacidade de expressão me estaria vedada pelos bons costumes se, grafitter, fosse, por exemplo, tentar escrever nas paredes exteriores do edifício da Assembleia da República, em Lisboa, isso mesmo ... Jamais! Embora, embora me cheire que, para o ano me vão tirar, no mínimo, o direito a uma ... uma sobremesa, para não dizer a uma sopa diária, dando-me apenas, em contrapartida, o desabafo do voto em tempo oportuno... Isto, numa altura em que, a acontecer assim, o que me satisfaria, de certeza, seria escrever com "tinta produzida no meu intestino", em local bem visível, a expressão pura do que me fosse na alma ... Mas se bloguer tenho procurado ser, não é agora, ou para o ano, que o vou deixar de ser ... Mas lá que estou assustado, estou (será que também vão mexer na Saúde?... É que eu não tenho médicos na familia, nem amigos nas amostras de medicamentos). Os gráficos que nos revelam são aterradores. Remetem-nos para o tempo da marmita com o que, eventualmente, sobrou do dia anterior ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...  

... e se eu tentasse afastar por instantes a eventual depressão e aproveitasse a fortuna que tenho que pagar anualmente à Google para pôr aqui fotografias? A do Zé, por exemplo... É isso.



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