quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Peter, consultor convidado ( I )











Li Peter, pela primeira vez, em 1975. Tinha comprado os seus livros em pleno marcelismo (1973) e, segundo os meus registos, voltei a pegar-lhes, exactamente, em Setembro de 1975, isto é, quando me assaltou de vez a necessidade de me/nos perceber melhor ... Mas isto é um pormenor. O que pode ser, eventualmente, importante é a actualidade das "teses" do autor. Trarei, por isso, para aqui, a partir de agora, um ou outro salpico das suas dissertações. Talvez, para quem não tenha os livros, possa, eventualmente, ser útil ... Vejamos, para começar e sem nenhuma ordem em especial em relação às obras subscritas por Laurence J. Peter,

"Quando um homem sente que falhou na tentativa de alcançar determinado fim, uma das suas primeiras reacções é reforçar o investimento - colocar mais dinheiro no projecto, contratar mais homens para o trabalho, dispender mais energia ou dedicar mais tempo à tarefa.

Moe Gull, um competente cozinheiro de paladar apurado, conseguiu algumas receitas especialíssimas de ensopados de peixe. Abriu um pequeno restaurante num simpático edifício antigo, próximo dum centro comercial. No dia em que abriu a Casa de Ensopados de Moe Gull, tornou-se evidente que o seu modesto anúncio no jornal local, estava mais que pago. Ao fim de seis meses, Moe podia já avaliar o resultado da sua aventura naquela empresa particular. Gostava de estar ele próprio à testa do negócio. Ele próprio abria a porta pela manhã e a fechava à noite. Comprava o marisco e o peixe a um fornecedor da sua confiança. Exigia de si próprio que os pratos anunciados na sua modesta ementa fossem de alta qualidade. Tinha orgulho na aparência de conforto e na atmosfera atraente da sua sala de jantar. Os seus clientes mais fiéis olhavam-no como um amigo.

(...) Moe dominava em absoluto o seu negócio e entendia que as decisões sobre cada situação que surgisse, dependiam inteiramente do seu julgamento. Experimentava a alegria da realização e vivia plenamente satisfeito.

Um dia, Monty Carlo falou a Moe acerca duma oportunidade única. O proprietário dum restaurante optimamente localizado no outro extremo da cidade, tencionava aposentar-se. Monty calculava que Moe podia obter a casa, incluindo móveis e equipamento, por um preço razoável. Insistiu em que Moe pensasse no caso.

Pouco tempo depois, Moe abriu a Casa dos Ensopados nº 2.Tentou superintender a operação expansiva, dividindo o seu tempo entre as duas Casas: de manhã, no restaurante nº 1 e à tarde no restaurante nº 2.

Que decidiu Moe a respeito dos períodos em que estava ausente de cada restaurante? Teria encarregado o cozinheiro e as criadas de mesa de resolverem as coisas que lhes parecesse melhor? Não. Moe fez um regulamento. O regulamento abrangia as compras. Descobriu então que, numa emergência, por causa do regulamento, os géneros não podiam ser adquiridos no fornecedor aconselhável. Resolveu o caso acrescentando ao regulamento mais artigos com vista às emergências. Fez artigos sobre a exactidão e sobre as horas de fechar. Quando Monty Carlo chegou novamente fora de horas recusaram-se a servi-lo. E quando ele objectou a essa forma insólita de tratar um amigo, para mais responsável pela expansão do negócio, Moe retorquiu-lhe com o regulamento ..."

Sem comentários :

Enviar um comentário

Seguidores