terça-feira, 24 de julho de 2012

VIAGEM - Cabral do Nascimento, presente!

















É sempre assim que te recordo,
Barco silente sobre a espuma ...
E o cheiro de água, e o contorno
Da sombra leve que flutua!


Ah, sobre o mar quanto sonhamos!
É tudo irreal, etéreo, como
Se a mesma noite durasse anos
E nela houvesse o mesmo sonho.


Donde esta voz triste que rola
Como trazida pelo vento?
Vem duma ilha que se ignora
Não sei se é pássaro, se é gente.


Ar, queira Deus que sempre dure
Este intervalo que desloca
Entre o passado e o futuro
E não é hoje nem agora!


Barco silente no mar brando,
Donde me trazes? Onde vais?
Não quero ir mais adiante,
Nem quero - oh, não! - voltar atrás.

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