terça-feira, 10 de julho de 2012

Bordéus em baixa velocidade (12)

NOTAS SOLTAS

"Nos arredores de Bordéus (CENON), umas 4/5 mulheres magrebinas estavam sentadas num jardim, com cafeteira grande à sua beira e duas caixas de biscoitos, a beber chá (chá de menta?). Não me viram."

"No autocarro em que, até agora (quase um mês depois da chegada a Bordéus), toda a gente jovem nos dá o lugar, uma rapariga marcou o assento com um saco, viu-me a apontar, a perguntar de quem era aquele volume, e foi-se sentar a seguir, ante a censura indirecta dos olhares e do negro que me ofereceu o seu lugar - que, grato, rejeitei."

"Emílio Zola, numa rua de Bordéus: a mesma sensação de injustiça em todo o lado, não é só em Portugal. Zola, nome de rua muito afastada do centro da cidade. Razões de crescimento urbano? No caso, não creio."

"Uma senhora que, em princípio, queria apanhar o tramway apareceu, de repente, a uma das portas de uma das carruagens carregadíssima com volumes enormes e pesados. Entretanto, as portas do combóio fecharam-se, eu abria-as e empurrei a senhora para dentro, enquanto ela já mais dentro do que fora, vermelha que nem um pimento, dizia não ter bilhetes e, no meio da bagagem informe, se acomodava como podia, ante o meu olhar feliz por a ter ajudado, mas preocupado por, eventualmente, a ter obrigado a fazer uma viagem sujeita a multa. Lá, no epicentro de uma espécie de vagão J. Ainda estou para saber, no meio de tudo, se a senhora, afinal, queria entrar ou não ... naquele combóio ..."

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