quinta-feira, 24 de maio de 2012

Rir/sorrir segundo Vergílio Ferreira

"(...) Há várias formas de rir ou de sorrir. Há o riso da criança que é o riso da festa de haver mundo, há o riso da festa de haver mundo e coisas, há o riso do jovem que é um riso solar do tamanho da vida, o riso do adulto que é sólido de ferro e granito, há o riso pançudo do glutão, há o riso alvar do alvar, há o riso caquético do velho que, se insiste muito, vai dar tosse escanifrada. Como há o sorriso de encantamento também da criança, o sorriso amoroso, o sorriso beato, que é uma extensão pluralizada do sorriso beato, que é uma extensão pluralizada do sorriso eclesiástico, ou o sorriso do simples adulto quando a ternura é demais, ou o sorriso de piedade quando se está por cima de quem sofre, ou o sorriso do velho que é já só de memória e para ninguém. E há o riso ou sorriso com choro, quando a alegria também é excessiva."




E há uma espécie disto tudo que é o meu sorriso de estar convosco e que nem sei com que se parece ... - digo eu, que passo os dias no Jardim a olhar a Natureza e a natureza das coisas.

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